terça-feira, 6 de abril de 2010

O Auto


Titulo: O Auto da barca do inferno
Este é mais um daqueles livros escolares que, por mais que a gente não queira, somo obrigados a ler, mas vamos ao que interessa.

Visão Geral
O Auto da Barca do Inferno é uma alegoria dramática (representação de bem e mal) de Gil Vicente, representada pela primeira vez em 1517.
Os especialistas classificam-na como moralidade (relativa aos costumes morais), ainda que muitas vezes se aproxime da farsa.
Em suma a história fala da disputa de almas entre um anjo, o que conduz a Barca da Glória, e o Diabo, que conduz a Barca do Inferno.
Recebeu o nome de "Barca do Inferno", porque quase todos os candidatos às duas barcas em cena seguem na primeira depois de serem julgados.
O Auto divide-se em cenas nas quais de cada vez que entra uma nova personagem.

Resumo
A peça começa num porto onde se encontram as duas barcas, a Barca do Inferno, composta pelo Diabo e o seu Companheiro, e a Barca da Glória, composta por um Anjo.
Além deles há os julgado, que são:
? Um Fidalgo, D. Anrique;
? Um Onzeneiro (um agiota);
? Um Sapateiro de nome Joanantão;
? Joane, um Parvo, tolo, vivia simples e inconscientemente;
? Um Frade cortesão, Frei Babriel, com a sua "dama" Florença;
? Brísida Vaz, uma alcoviteira;
? Um Judeu usurário chamado Semifará;
? Um Corregedor e um Procurador, altos funcionários da Justiça;
? Um Enforcado;
? Quatro Cavaleiros que morreram a combater pela fé.

Cada um deles discute com o Diabo e o Anjo, mas somente os Quatro Cavaleiros e o Parvo entram na Barca da Glória, todos os outros vão para o Inferno. O Parvo fica a todo o momento no cais para animar a cena e ajudar o Anjo a julgar os outros personagens.
O texto de Gil remete para o julgamento entre os "bons" e os "maus" também fazendo certa inclinação à sociedade portuguesa da época.

O Autor

Gil Vicente nasceu em mil, quatrocentos e sessenta e sei lá quando e morreu em mil, quinhentos e trinta e sei lá quando, considerado o primeiro grande dramaturgo português, foi poeta e há quem o identifique com o vendedor e comprador de ouro
Enquanto homem de teatro, também se passou por de músico, ator e encenador. É considerado como o pai do teatro português, ou mesmo do teatro ibérico já que também escreveu em castelhano.
A obra vicentina é tida como reflexo da mudança dos tempos e da passagem da Idade Média para o Renascimento (ou simplesmente de um reinado para outro), fazendo referencia de uma época onde as hierarquias e a ordem social eram regidas por regras inflexíveis e incontestáveis que, por acaso, passaram a ser questionadas.
Ele também foi o principal representante da literatura renascentista portuguesa, anterior a Camões (isso só mostra o quanto ele é velho antigo), incorporando elementos populares na sua escrita que influenciou a cultura popular portuguesa.

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